quarta-feira, 24 de junho de 2020

O AE Ansião e a Memória do seu Confinamento


O AE Ansião e a Memória do seu Confinamento
Corria o dia 13 de março de 2020, 6ªfeira quando as escolas do nosso país encerraram por decreto governamental, por precaução, devido ao surto Covid 19.
Se uma semana antes o caminho até à aula dependia apenas de uma viagem de autocarro agora era necessário algum equipamento e conhecimento tecnológico que nem todos tinham.
Outros espaços encerraram e, com medo e por recomendação, recluímo-nos nas nossas casas. Enfrentámos desafios monumentais em todos os setores da sociedade – na economia, na cultura, na religião, no desporto, na educação, na nossa família... 
O AE de Ansião fechou as suas portas e uma nova Era da Educação recomeçou, a 16 de março, 2ªfeira, com o Ensino à Distância (E@D).
Um fervilhar de ações aconteceu nesse fim de semana. Como vamos comunicar com os alunos? O que é necessário fazer? Logo na 2ªf., com o esforço de muitos, conseguimos os contactos dos alunos e  implementámos o ensino à distância possível, numa situação de emergência.  Readaptámos os horários em todos os anos de escolaridade, passámos a utilizar o conceito de aula síncrona e assíncrona e foi criado o mail da turma. Contactámos os nossos alunos por mail, por telefone, por whatsapp, através do facebook, enviamos recados…só ficaram de fora os sinais de fumo e o código morse( :)).
Apesar de tudo a comunicação funcionou e assim estabelecemos a relação possível desde o Pré Escolar ao 12º ano.
No período de interrupção da Páscoa, continuámos a investir na comunicação e no aperfeiçoamento da nossa Escola em Casa.
Elaboraram-se à distância grelhas com planos de trabalho e orientações para alunos e docentes; tomaram-se decisões sobre a melhor plataforma para a nossa Escola; procedemos ao levantamento das necessidades tecnológicas de todos e de cada um; em poucos dias criaram-se mais de 1000 mails individuais de trabalho para os alunos desde o 3º ano ao último ano do Ensino Secundário e de grupo turma.
Concomitantemente e numa ação bem concertada, conseguimos, Agrupamento e Município atribuir, a título de empréstimo e com critérios bem definidos, acessos de internet e mais de 80 PC´s para os alunos /famílias que deles careciam na sua comunicação diária com a escola.
Este foi um “passo largo” no E@D, conseguindo-se assim uma relação tecnológica mais proveitosa, com todos, a partir do início do 3º período.
A 18 de maio há a retoma do ensino secundário, acolhendo a Escola Sede do agrupamento, alternadamente os alunos de  11º e 12º anos, mais de 160 alunos em salas amplas e com o distanciamento social recomendado.
A 1 de junho é tempo de iniciar os risos dos mais pequeninos com o início do Pré Escolar…tarefa difícil esta de ensinarmos as crianças de tenra idade a não se tocarem a não demonstrarem afetos…
À parte o breve historial apresentado, dar 3 notas:
 - Estamos em crer que algumas mudanças poderão ser mesmo irreversíveis. As grandes epidemias provocaram sempre grandes transformações nas estruturas sociais. Tal foi o caso da Educação - a Escola Mudou, os professores mudaram, os alunos e as suas famílias mudaram. Todos tivemos de reinventar tudo: aprender a trabalhar com novas ferramentas digitais que, para alguns já não eram novas, mas para outros foram uma aprendizagem difícil; aprender a fazer vídeos, aprender a partilhar a tela … são capacidades que hoje muitos são capazes de realizar, mas foi duro!

- Uma palavra de apreço para as famílias. Num momento em que o professor esteve mais longe do que o habitual, as famílias foram obrigadas a encontrar, num curto espaço de tempo, novas dinâmicas de relacionamento, repartindo-se entre a família/ a escola dos filhos, o trabalho, o receio da doença desconhecida…

 - Com o calendário do novo ano escolar à porta, há ainda muito a fazer no E@D. Este foi um ensino remoto de emergência. Aguardamos com expectativa o plano de digitalização das escolas que contribua para a equidade e para uma aprendizagem mais efetiva. Numa altura em que impera a incerteza, uma certeza temos – ninguém aprende no E@D como se estivesse numa sala de aula presencial e ninguém substitui o professor, pois a verdadeira aprendizagem faz-se na relação presencial com o outro;
Direção

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